Embaixadores e Coiotes

-->

Coiotes trabalham 24 horas por dia para colocar dentro de seu país pessoas não autorizadas. Isso pode lhes render milhões de dólares e também muitas pessoas deportadas. Embaixadores possuem leis e autorização, dedicam seu tempo na embaixada oficial de sua nação, onde o Chefe de Estado lhes credenciam a tornarem o país em um lugar de ordem e paz.

Não há como entrar no Reino de Deus sem o conhecimento do que se tem nele. Deve-se saber de suas normas, leis e segredos. Muitos de nós pregamos o Reino de Deus, e isso é maravilhoso, mas certamente não entendemos com clareza o que Deus quer dizer com a preparação do evangelho da paz; um evangelho que mudaria os povos para integrarem um futuro glorioso diante das nações.

Documentários na TV já exibiram as fatalidades que acontecem no submundo dos coiotes, famosos atravessadores de imigrantes ilegais na fronteira do México com os EUA. Clandestinamente, pessoas vendem e doam tudo que têm para conseguir atravessar a fronteira, enfrentando perigos jamais conhecidos. Atiradores de elite de longe vigiam os que resistem e tentam burlar as divisas da fronteira e em casos extremos, amparados pela lei, atiram naqueles que usurpam o lugar de tantos que entram pela Imigração Legal. Os que conseguem atravessar a fronteira passam a sofrer a angústia de serem apanhados a qualquer momento pela Corte Real daquele país.

Um embaixador é um funcionário diplomático do mais alto nível acreditado junto a um líder de Estado estrangeiro para chefiar a missão diplomática de seu país. Segundo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (CVRD), o cargo de embaixador é a mais alta das três classes de chefes de missão diplomática, acima das de ministro plenipotenciário e de encarregado de negócios, cargos estes que hoje são vistos como obsoletos.

“Pelo qual sou Embaixador mesmo em cadeias (privado), para que nele eu tenha coragem para falar como devo falar”. Efésios 6: 20.

A Palavra de Deus nos ensina algo que pode nos chocar: os homens que Deus enviava para missões passavam antes por escolas jamais imaginadas; Abraão suportou conflitos em sua família, perdeu um dos filhos e teve problemas com sua esposa por onde passava. Moisés, mesmo aspirante a Faraó, deixou tudo e palmilhou desertos numa batalha sangrenta e dolorosa por mais de 40 anos; Davi esperou mais de 30 anos para se tornar embaixador do reino, e para isso se submeteu a confrontos desesperadores. Filho contra filho, irmãos tentando lhe tirar do trono, esposas lhe reprimindo, cavernas, montes, solidão e perda de amigos, mas Deus o ensinava e andava com ele. Davi chegou a ser conclamado nos dias do próprio Cristo na terra. Porque a experiência com Deus revela suas leis e mistérios, e se isso se estende por anos, você também pode decifrar coisas tremendas a ponto de se tornar membro oficial da obra de Deus na terra.

-->

Uma parábola que Jesus codificou indica isso. A parábola conta do convidado sem vestes propícias na ocasião Real. O pai do noivo entrou no recinto e viu as pessoas assentadas esperando as Bodas, mas com roupas impróprias. Com autoridade chamou os guardas e mandou que amarrassem os usurpadores e os lançassem fora da Festa. E isso já está acontecendo, porque há muitos sentados à mesa, mas nada sabem sobre o Noivo ou o Pai, muito menos sobre suas idéias, pretensões e leis. Estes serão arrancados.

“E saíram aqueles servos pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e encheu-se de convivas a sala nupcial. Mas, quando o rei entrou para ver os convidados, viu ali um homem que não trajava veste nupcial; e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui, sem teres veste nupcial? Ele, porém, emudeceu. Ordenou então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” Mateus 22.

O reino de Deus está levantando embaixadores, homens que não vendem senhas para entrada pelos fundos, mas sim homens que tem conhecimento e são guiados pelas leis internas de seu país, homens que trabalham com visão e influência direta do Chefe do Estado. Esses sabem a situação da nação, as leis que devem mudar ou continuar, a rebelião dos povos, e as crises separatistas que ameaçam atacar o território que defende. Eles têm posse dos assuntos mais diplomáticos de Deus, porque buscam entender cada código que ficou registrado nas Escrituras internas de seu país. Quando este se depara com situações diversas do relacionamento com o resto do mundo, sabe exatamente de que se tratam, o histórico de cada nação e suas expectativas com o país que defende. Esses consultam as leis, as tem de cór, agem rápido e com eficácia.

“Das quais coisas alguns se desviaram, e se entregaram a discursos vãos, querendo ser doutores da lei, embora não entendam nem o que dizem nem o que com tanta confiança afirmam. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usar legitimamente.”

Enquanto isso, coiotes cruzam desertos conduzindo vítimas desinformadas para dentro do território alheio. Em guetos clandestinos e sem autorização legal, arrecadam quantias exorbitantes para dar a pobres peregrinos passagem não-autorizada para o banquete do outro lado. Pessoas que não conhecem leis internas, nem suas aplicações penais quando infringidas vão sendo arrastadas para uma situação definitivamente problemática. Eles levam clandestinamente, mas a autoridade suprema os deporta.

Os coiotes omitem as leis aos seus clientes, vivem à deriva dos ventos em aventuras com promessas de um futuro brilhante para os seus enganados. Homens que varam noites atravessando fronteiras perigosas entre rios e matas densas, levando um povo rumo ao futuro desconhecido. Um risco sem esperança alguma, fazendo muitos passarem por ameaças muitas vezes fatais na tentativa de encontrar “Xangrilá”.

Os coiotes, “chacais ou lobos”, seduzem pessoas desprotegidas, que estão apenas em uma busca frenética de valores, sonhos próprios e ego alimentado a qualquer custo, embora este custo muitas vezes seja desregrado. Os que tentam entrar no Reino sem roupas próprias são pessoas que querem apenas a comida da nação vizinha, mas jamais adequar-se as leis e normas para ali se estabelecer e usufruir da terra.

Quando muitos descem para a fronteira errada, a situação se assemelha a de Jonas - uma aparência de vômito na praia. Deus quer que seus filhos sejam nobres, inseridos em Sua visão e conhecedores do Seu Reino, o que os torna de fato, cidadãos.

Os judeus se julgavam prontos e mordomos da História de Deus na terra, mas não conheceram sequer o Filho de Deus quando passava pelas ruas. Embora esperassem por ele há mais de três mil anos, apenas uma minoria migrou pela porta da frente, conheceram e seguiram os embaixadores que desautorizavam a situação decaída do povo de Deus. O povo que ansiava pela vinda do Messias se tornou o perseguidor dos verdadeiros embaixadores de Deus; Apóstolos e discípulos que enfrentavam a fúria da Própria Jerusalém e sua elite religiosa ( fariseus, sacerdotes e anciões que administravam a Casa do Senhor, que denunciaram e mataram Jesus). Entretanto cada aflição e perseguição era um elixir que estimulava os agentes legais a modificar o povo.

“Confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus.” Atos 14: 22.

Hoje grandes templos com espetáculos seduzem pessoas em um entretenimento semelhante ao da Roma pagã. Titulam “embaixadas”, mas sem conhecimento nenhum do legado do Reino. Ostentam seus cultos com promessas de paz, prosperidade e domínio, mas não dominam sequer a Palavra de Deus. Resistem aprender, por falta de humildade, e fabricam pessoas mutiladas, sem visão, sem esperança ou conhecimento futuro da igreja.

Pregam humildade e unidade, mas diferente de Davi e Salomão, estes “reis” são visitados por profetas ou enviados de Deus, mas sequer sustentam a educação que tanto mascaram e pregam. São coiotes que certamente serão consumidos, e com eles muitos convidados que não têm vestes próprias, pois preferiram dar honras a uma fantástica fábrica de marionetes.

Os lobos gostam de carne e estes se alimentam de ovelhas, porque não pastam os bons pastos em que as ovelhas descansam. Os coiotes não querem saber da fome pela verdade, eles preferem colocar você, ovelha, a qualquer custo no Reino de Deus, mesmo que naquele dia você seja deportado. Sim, podemos ser deportados segundo as palavras de Jesus, sem ter o padrão de fé exigida. Podemos não querer aceitar a música, o banquete, e os convidados que ali estarão.

Se isso ocorrer, o destino é o “vôo nas nuvens de volta além das fronteiras”. Eu não posso rir enquanto escrevo isso, mas sinto imensurável pena dos que mal conhecem essas verdades e se assim posso, quero fazê-las conhecidas a tantos que sei que agora dormem. Precisamos impedir o trabalho dos coiotes com pulseiras de ouro e tronos maravilhosos em um deserto que mal pode dar água. Ali estão pessoas secas e mortas, cheias de dúvidas e medos, ostentando no altar de Deus a esperança de um oásis sem saber que correm o risco de serem deportadas se não se arrependerem e procurarem a Entrada Legal, a passagem autorizada para o conhecimento da Verdade.

Os coiotes precisam sair de cena e sairão. Suas falsas embaixadas de luxo e ostentação não passarão de auditórios desclassificados diante do projeto milenar do estabelecimento do Reino de Deus. Eles se dividiram em uma guerra de poder em busca de fogo para suas próprias almas. Podemos aqui lembrar mais algumas palavras de Jesus, quando diz:

Mas ai de vós, escribas e fariseus, “coiotes” hipócritas! Porque impedem as portas do Reino serem abertas; pois nem vós entrais, nem permitem aos que querem entrar que se acheguem! Mateus 23: 13.

"E a corte encontrando aquele convidado, viu que não tinha roupas próprias. O deportou para as trevas exteriores"

Gravado na TVonline do site do autor, e escrito para o livro “Manual para Príncipes.”

-->